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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Eleição presidencial dos Estados Unidos

A eleição à presidência estadunidense aproxima-se, ocorre dia 6 de novembro, ocorreram três debates nos quais os candidatos expuseram suas posições políticas. Ambos os candidatos, Barack Obama atual presidente e Mitt Romney, mudaram e evoluíram durante esse processo eleitoral. São posições muito diferentes, principalmente em relação à medidas econômicas. As pesquisas eleitorais oscilaram durante o período da campanha, principalmente entre o primeiro e segundo debate devido a má performance de Obama no debate. Entretanto, o atual presidente manteve a liderança.




O primeiro debate foi uma clara derrota para o candidato do partido democrata. Ele não mostrou firmeza na sua fala, evitou olhar o adversário e aparentava não estar preparado psicologicamente para o debate. Razões especuladas para essa performance aquém do presidente, que é um excelente orador, foram diversas, até mesmo o fato que o debate foi no dia do aniversário de casamento de Obama e Michelle. Entretanto, a verdade pode ser mais comprometedora para o atual presidente. Obama é caracterizado como uma pessoa que pode, mais frequentemente do que gostaria, ser um pouco arrogante. Provavelmente ele confiou demasiadamente na sua capacidade discursiva e não se preparou devidamente para o debate. Não se pode deixar de levar em conta, evidentemente, a agenda de compromissos e demais preocupações que o cargo de presidente coloca sobre o candidato democrata. Fora isso, o primeiro debate foi marcado por mútuas críticas e focado principalmente no campo econômico.

O candidato republicano diz que a administração do Obama falhou em recuperar a economia e que ele possui um plano de cinco etapas para recuperar a economia e, acima de tudo, a experiência necessária para colocá-lo em prática. Já o presidente critica a matemática por trás do plano do adversário e diz que o seu plano é o mesmo que colocou os Estados Unidos na pior crise desde 1929. Defende que o que ele realmente quer é reduzir mais os impostos sobre os ricos e sobrecarregar mais a classe média.




Já no segundo debate o presidente teve uma postura completamente diferente. Já na primeira pergunta, de uma das pessoas da plateia, dirigida ao candidato republicano, de um estudante preocupado em conseguir um emprego quando formar, percebemos como os candidatos mudaram. Romney respondeu à pergunta de maneira vaga, sem apresentar nenhum plano concreto para diminuir o desemprego no país - que recentemente caiu de 8,3 para 7,9%. Obama foi firme e defendeu um maior investimento para que o estudante não se atole em dívidas para cursar o ensino superior. O debate também foi marcado por gafes do candidato republicano. Ele tentou criticar o presidente por ter demorado 14 dias para caracterizar o atentado à embaixada americana como um ato de terrorismo. No entanto, Obama chamou o atentado de terrorismo no dia seguinte ao ocorrido. A mediadora do debate corrigiu o candidato e a plateia riu durante um momento do erro de Romney.

Mitt Romney evoca constantemente sua experiência como empresário e como ele sabe como recuperar os Estados Unidos e fazer a economia americana crescer de novo, porque, segundo o candidato, ela não está crescendo. No entanto, é vago em seu plano de recuperação, não apresenta propostas concretas. Já Barack Obama enfatiza que a situação econômica melhorou consideravelmente nos últimos quatro anos de seu governo e que o plano do adversário é o mesmo que colocou os Estados Unidos na crise.




O terceiro e último debate, talvez o mais interessante para os outros países, foi sobre políticas internacionais. Nesse debate pode-se perceber como os candidatos evoluíram desde o primeiro. Obama foi ativo e preciso nas suas respostas, chegou até ironizar uma critica do adversário - ironia que foi sucesso nas redes sociais. Mitt tentou atacar o concorrente dizendo que a marinha americana possuiu hoje menos navios. O presidente respondeu que hoje os Estados Unidos também têm menos cavalos e baionetas; a tecnologia evoluiu e o simples fato de haver menos navios não significa que o país está menos protegido. Tirando esse evento, e alguns outros poucos, Mitt foi muito passivo durante o debate, chegando a elogiar várias vezes algumas políticas do presidente. Obama não deixou escapar e enfatizou como essa posição atual do adversário contrastava com discursos pregressos dele.

O debate centrou-se em dois campos, econômico - referente ao relacionamento comercial com a China - e político - referente aos conflitos no Oriente Médio. O republicano classifica a China como uma concorrente desleal, que não respeita as regras do capitalismo e por isso tem roubado as indústrias e empregos americanos. O candidato defende uma postura mais agressiva com o país. Já Barack Obama ressaltou que as empresas de Mitt Romney e as que ele investe levaram suas fábricas para a China o que fez vários americanos perderem o emprego. O democrata defendeu o fim das vantagens tarifárias que faz ser tão vantajoso para as empresas mudarem sua linha de produção para outros países. Nesse assunto destaca-se o fato dos candidatos não mencionarem a América Latina. Mitt até disse em um momento que eles estão dando demasiada importância para a China e esquecendo possíveis acordos comerciais vantajosos com outros países da América, mas a discussão morreu nisso e não houve comentários por parte do adversário.

Referente à política externa nos países do Oriente Médio o candidato Romney defendeu uma abordagem pacífica e diplomática, dizendo que é preciso fazer os líderes fundamentalistas daqueles países abandonarem a violência. Contudo, o candidato fez críticas à postura muito passiva do atual presidente, principalmente em relação ao Irã obter uma arma nuclear. Disse que o presidente fez um "tour de desculpas" pela região e as nações viram isso como uma fraqueza, e se aproveitaram dela para se impor perante os Estados Unidos, referindo-se à relutância do governo iraniano de abrir mão do projeto nuclear. Mesmo assim elogiou as sanções impostas pela administração do democrata, como a maneira mais efetiva de minar o país. Obama enfatizou como as sanções econômicas estão surtindo efeito e que o Irã está muito perto de ver sua economia falir. Aproveitou para dizer que usará uma ação militar somente em último caso.

Destacou-se nesse assunto que ambos os candidatos caracterizaram Israel como um amigo dos Estados Unidos, e que qualquer ataque ao país resultaria em uma resposta americana também. No entanto, ambos os candidatos esquivaram de uma pergunta um pouco complexa. O mediador perguntou qual seria a atitude do candidato se recebesse um telefonema do primeiro ministro de Israel dizendo que mísseis estavam a caminho do Irã. Romney apenas disse que tal situação não aconteceria e Obama nem chegou a comentar.

A corrida presidencial está mais acirrada do que quatro anos atrás. Apesar de ter conseguido cumprir parte de suas promessas o presidente foi eleito com uma grande expectativa e os resultados foram aquém do esperado. O índice de desemprego pode ter caído, mas milhões de americanos ainda estão desempregados; o presidente pode ter liderado a operação que matou Osama bin Laden e retirado as tropas do Iraque, mas a região ainda está conflituosa e com grande sentimento anti-americano, sem falar que a guerra no Afeganistão ainda continua e o atentado à embaixada não fez melhorar a imagem do presidente. Mesmo assim, Obama mantém a liderança, em especial em estados chaves para sua reeleição. No estado do Massachusetts, onde Romney foi governador, o republicano lidera com 52% das intenções dos votos, contra 47% de Obama, mas o democrata lidera em estados chaves como Iowa, 51% contra 43%, e Wisconsin, 51% contra 45%. Para Barack conquistar a reeleição é essencial ele vencer no estado de Ohio, que segundo analistas será decisivo nessa eleição.

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