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segunda-feira, 11 de março de 2013

Eleições 2014: Eduardo Campos entre a cruz e a espada

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), parece ser um possível candidato a presidente em 2014, mas no momento, se ele optar por candidatar-se, estará sozinho nessa empreitada. O PSB daquele estado é atualmente coligado ao PT e o partido não demonstra interesse em ceder a candidatura ao governador, nem mesmo dá-lo a oportunidade de concorrer a vice da Dilma, que é quase certa candidata à reeleição. Para o PSDB também não é vantajoso lançar a candidatura de alguém fora do partido, porque significaria fazer o partido praticamente desaparecer do cenário político. Só lhe restaria no momento a opção de candidatura praticamente solo.



O Partido dos Trabalhadores parece não fazer muita questão da aliança com o PSB, já em Minas Gerais a aliança foi rompida na última eleição municipal, e em 2012 os repasses voluntários do governo federal ao estado chegou ao menor patamar desde 2006, quando o estado ainda era governado por Jarbas Vasconcelos (PMDB), que era grande opositor do governo PT. Mais ainda, em recente entrevista o prefeito de São Barnardo do Campo (SP), Luiz Marinho (PT), disse, "Ninguém vai ficar de joelhos para Eduardo Campos", quase uma maneira de dizer que se quiser ir pode ir, como se realmente a aliança não fosse tão importante.

Quando perguntado como ele avaliava a possibilidade de Eduardo Campos como candidato à presidência, Luiz Marinho respondeu:

"É um jovem brilhante, competente. Se quer eventualmente buscar liderar, na transição pós-Dilma, esse nosso projeto que está em andamento, ele tem que ficar desse lado, e não disputar contra. Se disputa, está dado que, em 2018, esquece, vamos criar outro candidato. Não estou dizendo com isso que Eduardo será o candidato." (Fonte: http://www.paraiba.com.br/2013/03/10/37911-ninguem-vai-ficar-de-joelhos-para-eduardo-campos-avisa-aliado-de-lula)

Nessa resposta parece que há algum tipo de promessa para o governador, de que ele poderá concorrer à presidente em 2018, mas é uma promessa vaga e sem garantias nenhuma. A única certeza que ele passa realmente é de que, se sair agora, pode esquecer qualquer possibilidade em 2018. Mas, por outro lado, se permanecer, não há garantia de nada para você. E quando Marino foi questionado se pelo menos o tempo que o PT pode perder se a coligação com o PSB for perdida, ele disse que nem isso faria falta, já que a presidente já é conhecida. Faz todo sentido, para o partido a aliança com o PMDB é muito mais vantajosa, um partido com maior representação no Congresso e nas prefeituras. E vamos ser realistas, Eduardo Campos é praticamente desconhecido fora de Pernambuco, não há possibilidade dele concorrer, sozinho, contra o PT e o PSDB.

Já largar a aliança com o PT para firmar uma com o PSDB é um projeto arriscado demais, se for o que Eduardo tem em mente. Segundo o Diário de Pernambuco, Fernando Henrique Cardoso - que foi ressuscitado para dar apoio à candidatura de Aécio Neves - disse: "Eu não sei qual será a capacidade de Eduardo Campos de arrancar votos" (Fonte: Diário de Pernambuco). E é verdade, dos outros possíveis candidatos, ele é o mais apagado. Marina Silva tenta articular uma forte aliança para seu novo partido (falaremos sobre isso em outra oportunidade), Dilma Rousseff, evidentemente, está em uma ótima posição para reeleição e o senador Aécio Neves tem seus problemas, mas é um bom candidato também. Eduardo mostra-se, no momento, sem apoio político e popular para uma candidatura. 

Então, o que vai ser? Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Ainda, segundo Marinho, ele tem opções de candidatar a senador ou pleitear um ministério, mas nada certo, só promessas vagas. Para mim ele deve pensar bem antes de tentar dar um passo maior do que a perna. E você, acha que Eduardo Campos é um candidato forte? 

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